passei a tarde de sábado
____________________lendo
José de Ribamar Ferreira
parei de ler tarde sábado
a escrever
esquecendo
vírgulas pontos e por gosto
as maiúsculas
e peguei-me a esfregar
as mãos sobre o rosto
como tanto o vi
em fotos
com as quais me espantei
transformação
pseudônimo: um verbo
entendedores entenderão
num gesto
o grito dos ossos
um perfume de jasmim jamais
________________________sentido
e o barulho de uma rua Duvivier
onde oportunamente passei a morar
do que eu não sabia
em 5 de setembro de 2020
o acinte da poesia
____________________a me Gullar
Bruno Ramalho de Carvalho (1978, Rio de Janeiro, RJ) escreve poemas, diverte-se tocando despretensiosamente o flugelhorn e se interessa por filosofia. Médico ginecologista em Brasília, DF, atua na área da reprodução humana assistida. É autor dos livros A penúltima coisa que se faz (edição do autor, 1999); Do amor deveras e das quimeras (e-book, Emooby, 2011); e livra-me, poesia (Scortecci, 2019), todos de poesia. Tem poemas publicados em revistas e portais de literatura, como Cult, Gueto, Mallarmargens, Ruído Manifesto e Mirada. Tem, ainda, mais de 70 artigos publicados em periódicos científicos.