três poemas de Ravena Monte

É o olhar, o vinho, o jantar
A carne da boca
que morde leve, depois força

Força a barra na calça
Saia levantada, calcinha baixa
Não adianta dizer não
Só a cabecinha é o caralho
É o caralho mesmo!

Que tá enfiado goela abaixo
E a cabeça? De lado
com olho dilatado
A lágrima dói mais que a barra
caindo como larva
O nariz jorra o catarro
e a porra, o caralho
O ouvido já não escuta
do tapa bem dado
E a boca?

Geme baixo, de dor embaixo
Mas no outro dia, a mesma boca
só vai reclamar do vinho seco
do jantar

*

Se eu soubesse
Em qual acorde
Te despertaria
Eu te dedilharia
A noite toda
E um pouco do dia

*

A carne é fraca

Toda vez que penso em ser vegetariana
Ela me manda um sms
Me chamando pra comer

Ravena Monte é um monte de coisas e um pouquinho mais.