ofício
Come o cão sem casa:
comércio; outro cão;
ele próprio língua,
fundo, seu botão.
Come o cão sem casa:
casas — tête-à-tête;
cão que da garagem
gora seu cacete.
Come o cão sem casa:
o pau — do poema
mole sobre a folha,
broxa com o sistema.
Dona M., de areia a cabedelo, 1980
Tando em linha o trem —
mole desde mesmo
ou: se de pau duro
para de onde veio —
beira, de entre bicho,
lagarta de pelo;
entre o que é de jogo:
falta, pré-escanteio;
meio ao de família:
vó no desmantelo:
buchuda do quinto,
suja de onde veio.
lavadeira
Trabalho-tortura:
beiral de camisas
pregadas por baixo
Em redor cordão
a falta de queixo
se iguala a de braço
Severino Figueiredo escreve em Triste, mas curto e mora em Cabedelo-PB. Contatos: severino_figueiredo@hotmail.com ou @sevfig (Instagram).